Adeptos do Tuning querem ajudar autoridades a acabar com “street racing”
A União Portuguesa de Tuning (UPT), que reúne os cerca de 150 clubes a nível nacional, quer colaborar com as autoridades policiais para acabar com o “street racing” ajudando a identificar os praticantes das corridas de carros que classifica de "criminosas".
Rui Canellas, presidente da organização, revelou que a UPT já contactou a PSP e a GNR no sentido de mostrar a sua disponibilidade "no combate a este acto de ilegalidade que põe em risco a segurança e a vida das pessoas".
"Não sabemos concretamente quem são os praticantes de ‘street racing’, mas sabemos identificar o tipo de pessoas e os locais onde se realizam as corridas".
Sacavém, ponte Vasco da Gama, Loulé, Grijó, Estarreja, Portimão e Leiria são algumas das zonas onde decorrem as corridas de rua, de acordo com aquele responsável.
Amanhã em Lisboa realiza-se uma manifestação, com a colaboração da UPT, para sensibilizar a opinião pública e a classe política para a diferença entre “tuning” e “street racing”, pondo fim à "constante e nefasta colagem" que é feita entre as duas actividades.
Alexandre Tomás, porta-voz do movimento "Tuning Legal Já", que organiza a manifestação, garante que "não passa pela cabeça de um ‘tuner’ andar a alta velocidade".
"O ‘tuner’ tem tanta estima pelo carro que teme qualquer mossa. Uma simples pedra que se solta e bate no carro é logo uma grande preocupação", explicou.
Segundo o porta-voz, os praticantes desta actividade, que tem cerca de quatro mil adeptos em Portugal, procuram personalizar o carro, tornando-o exclusivo através de transformações mecânicas, estéticas, aerodinâmicas e ao nível do áudio.
Sendo únicos, os automóveis dos adeptos do “tuning” são facilmente reconhecíveis e destacam-se à primeira vista em qualquer fila de trânsito. Já um carro utilizado no “street racing” pode passar despercebido, uma vez que as alterações são feitas quase exclusivamente no motor e dissimuladas para não serem detectadas pelas autoridades.
Contudo, podem ser "traídos" pelas suspensões rebaixadas e pelos pneus alargados, que aumentam a aderência ao piso.
"Os ‘street racers’ não transformam os carros nas empresas de ‘tuning’. Vão a oficinas especializadas que recorrem a softwares e chips próprios para dissimular as alterações que permitem aumentar a potência do motor", disse o presidente da UPT.